Para o processo criativo que pretendia desenvolver o figurino em homenagem a bailarina Mercedes Baptista foi preciso mergulhar em seu universo particular. Primeira bailarina negra a ingressar no
corpo de balé do Municipal, sua carreira atinge o auge a partir de 1950,
quando a mesma lança luz ao estudo dos movimentos ritualísticos do candomblé e
das danças folclóricas.
Autora de coreografias até hoje identificadas com o repertório
gestual da dança afro, a associação de sua figura com o balé e a exuberância visual
da cultura negra, direcionaram o desenvolvimento do figurino.
Abaixo, o esboço original capta a atmosfera geral: a visão de uma bailarina construída a partir de elementos tradicionais da
estética afro. A cartela cromática faz uso de cores vibrantes associadas a
elementos terrosos e a “cartela crua.”
O figurino original “Tributo
a Mercedes Batista” desenvolvido em aquarela sob papel possibilita a melhor compreensão
da proposta defendida sob a argumentação de “homenagear à artista através de um figurino
que reproduz o misto entre o classicismo de sua formação durante os anos do
Municipal, e a cultura afro por ela difundida e valorizada” tal qual o escrito na justificativa enviada ao jurí.
Ao lado, a ambiência geral desenvolvida a partir dos elementos sugeridos pelos estudos iniciais: o uso de cores vivas, a padronagem de motivos tribais, o uso de elementos rústicos como a palha, e a coloração da cartela de base terrosa e crua.
Abaixo, o protótipo original. Na imagem seguinte', o visual final do conjunto de fantasias durante o desfile
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Foto de Leandro Vieira |
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Foto de Victor R. Caivano / Associated Press |
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