sexta-feira, 30 de março de 2012

Rascunhos e originais do Carnaval 2012






O "post" é ilustrado com os estudos iniciais para o projeto desenvolvido em 2012. Acima, o esboço revela as primeiras ideias para a "ala de casais" que homenageava o ator Grande Othelo. A concepção foi inspirada no musical que unia em cena a vedete Virgínia Lane e o ator para recriarem a composição Boneca de Pinche  - autoria de Ari Barroso. Abaixo, os primeiros estudos e o detalhe do figurino original intitulado "Viúva Alegre." Visão da tradicional indumentária negra, com um leve toque de malícia. Em seguida, o protótipo original desenvolvido a partir do estudo da ilustração - realização do Claudinho e sua equipe.

Foto: Leandro Vieira



Aquarelas para série "subúrbio"

Aquarelas Leandro Vieira
Aquarelas Leandro Vieira

quinta-feira, 29 de março de 2012

Candeia e Moacyr


Cor viva

A cor é um importante elemento plástico em projetos artísticos. No carnaval, ela dita a intervisualidade da obra, e dentro da lógica do processo visual, acaba por impor o ritmo de apreciação do conjunto geral em desfile. Isto se dá em função de características próprias atribuídas a utilização das cores.

Sua utilização consciente, permite apresentar idéias, iniciar e encerrar setores, construir sensações e transmitir significados, que acabam por gerar múltiplas possibilidades artísticas graças à sua comprovada influência psicológica e sensorial.

O "post" em si não apresenta a coloração geral do projeto de carnaval que estive envolvido, mas exemplifica o uso da cor através de um dos figurinos desenvolvidos. De um modo geral, aplicar cor em figurino de carnaval tende a aprisionar "cor" e significado real de "objeto colorido." Todavia, a utilização das reservas psicológicas da coloração podem gerar um interessante recurso visual.

Outra tendência em projetos de carnaval, é a manutenção de uma cartela de cores não contrastante. Com raras exceções pode-se encontrar a cor combinada em antagonismo - se é que existe antagonismo para a combinação de cores.

Seja como for, o uso consciente da cor deve ser apreciado. Se além de beleza, o uso da cor pode causar sensações na percepção humana, porque não utiliza-lá com propriedade? Abaixo o processo cromático e o desenvolvimento do figurino criado para ocupar destaque central em uma das alegorias do projeto de 2012. A alegoria em questão abordava a superação de situações traumáticas associadas ao corpo, Moana Pires deveria apresentar um figurino que remetesse à alegria por superar. A tradução de uma "festa" interior em função de uma realização.

Servindo-se da teoria da cor, foi desenvolvido uma "gama cromática" que fez uso da harmonia das cores complementares. Uma harmonia complementar é intrinsecamente uma harmonia de contraste. Uma opção que funciona muito bem se são combinadas cores frias e cores quentes, como por exemplo vermelho com verde-azul ou azul com amarelo. De um modo geral transmite alegria. A composição final resultante da combinação  fica marcada com a vibração das cores antagônicas no círculo cromático.




O branco entrou como cor dominante deixando a composição das cores complementares para "acento." Vale destacar que essa combinação serve muito bem em destaques principais, já que é ideal para atrair a máxima atenção do espectador; saltando aos olhos dos que a observam. Abaixo, a ambiência final da execução que esteve a cargo de Henrique Filho, e Moana Pires, captada pelas lentes de Márcio Sheeny.
















quarta-feira, 28 de março de 2012

Rascunhando o velho samba


Acabou que a música de um velho disco ditou outros caminhos: Da esquerda para direita, os rascunhos do velho mestre-sala mangueirense "Delegado," o mestre do partido Aniceto do Império, e o lendário compositor da Serrinha, Mano Décio da Viola

A MPB na ponta do lápis

Passada a correria de desenvolver um carnaval, volto a debruçar-me em uma paixão: Ouvir "velhos" sambas e trazer para o papel, impressões  daqueles que fizeram, e fazem, a história da MPB.

Acima: o desenho bem humorado da cantora Emilinha Borba, o esboço para Wilson Baptista, o sambista Ciro Monteiro, o detalhe da cantora Carmem Costa, Angela Maria, Cauby Peixoto e a cantora Nora Ney
Acima, um pequeno detalhe do compositor Lamartine Babo, a cantora Dalva de Oliveira, o bem humorado traço para retratar a sambista Aracy de Almeida, e o mestre Dorival Caymmi.





terça-feira, 27 de março de 2012

Para o processo criativo que pretendia desenvolver o figurino em homenagem a bailarina Mercedes Baptista foi preciso mergulhar em seu universo particular. Primeira bailarina negra a ingressar no corpo de balé do Municipal, sua carreira atinge o auge a partir de 1950, quando a mesma lança luz ao estudo dos movimentos ritualísticos do candomblé e das danças folclóricas. 

Autora de coreografias até hoje identificadas com o repertório gestual da dança afro, a associação de sua figura com o balé e a exuberância visual da cultura negra, direcionaram o desenvolvimento do figurino.

Abaixo, o esboço original capta a atmosfera geral: a visão de uma bailarina construída a partir de elementos tradicionais da estética afro. A cartela cromática faz uso de cores vibrantes associadas a elementos terrosos e a “cartela crua.”

O figurino original “Tributo a Mercedes Batista” desenvolvido em aquarela sob papel possibilita a melhor compreensão da proposta defendida sob a argumentação dehomenagear à artista através de um figurino que reproduz o misto entre o classicismo de sua formação durante os anos do Municipal, e a cultura afro por ela difundida e valorizada” tal qual o escrito na justificativa enviada ao jurí.


Ao lado, a ambiência geral desenvolvida a partir dos elementos sugeridos pelos estudos iniciais: o uso de cores vivas, a padronagem de motivos tribais, o uso de elementos rústicos como a palha, e a coloração da cartela de base terrosa e crua. 
Abaixo, o protótipo original. Na imagem seguinte', o visual final do conjunto de fantasias durante o desfile
Foto de Leandro Vieira


















Foto de Victor R. Caivano / Associated Press